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Pintura – Um rápido olhar pelos quadros do Museu, revela que a colecção foi fundamentalmente construída em função das disponibilidades do mercado, e não de maneira programada e sistemática, por exercício de um gosto ou como manifestação de uma preferência estética. Luís de Moura Sobral, 1995. Esta pinacoteca é, no entanto, constituída por dois núcleos, um de pintura estrangeira dos séculos XVI, XVII e XVIII, com algumas peças com relativa importância para a história da pintura europeia e um de pintura portuguesa com obras de temática exclusivamente religiosa, tão dominante na pintura dos séculos XVI, XVII e XVIII. Mobiliário – Desde criança,
Nogueira da Silva conviveu com objectos de qualidade pertença dos seus
familiares maternos, onde existiam móveis Império, faqueiros de prata,
oratórios do séc. XVIII e sobretudo um grande número de móveis ao gosto
Luís Filipe feitos de mogno (…). (…) Nogueira da Silva manteve até ao
fim dos seus dias na sala de recepções o canapé Luís Filipe e dois
cadeirões de mogno que foram dos seus Avós, onde sentava os altos
dignatários da Igreja e grandes funcionários do Estado ou personagens da
vida social, política e económica lisboeta e nortenha que acorriam às
suas recepções. Em frente ao canapé tinha o raríssimo “cassone” com
pinturas do séc. XV e não longe, o faustoso sofá e “fauteils” dourados
Luís XVI. César Valença, 2005 Ourivesaria – O conjunto de pratas Nogueira da Silva é muito rico em arte sacra, facto típico do gosto dos coleccionadores portugueses. Tem bastantes objectos fabricados no Porto e Lisboa incluindo as raras serpentinas do início do séc. XIX ou peças da famosa Joalharia Leitão. As peças marcadas em Braga são motivo de notável orgulho deste Museu. Salienta-se entre as pratas estrangeiras de que os bispos relicários são exemplares raros, a chaleira alemã da época Biedermeier, as duas salvas francesas guilhochadas, ou o bule de café rocaille fabricado em Londres. César Valença, …. Porcelana – Na sala da porcelana guarda-se uma das mais importantes coleções deste museu com um conjunto de louça da China para exportação, brasonada e com figuras europeias. Desta colecção fazem parte “clássicos” como o prato do serviço verde do Bispo do Porto, D. José de Castro ou um, de outro serviço cuja encomenda é erradamente atribuída aos “Meninos de Palhavã”. O Senhor Nogueira da Silva foi dotado de um fervor coleccionista pelas coisas orientais, como pode ver-se não apenas nas louças desta sala, nos "blanc de Chine" do seu gabinete, ou no pote da dinastia Ming do átrio superior, mas também nos marfins e em algum mobiliário indo-português disperso pela casa. A porcelana, material que nos fascina pelo brilho translúcido, leveza e toque deve-se à China, uma das mais requintadas civilizações. Embora as louças da China, como outros produtos preciosos, chegassem à Europa pelas diversas rotas terrestres que sempre a ligaram à Ásia, é com a descoberta do caminho marítimo para a Índia pelos Portugueses que as porcelanas são exportadas em quantidades significativas para a Cristandade. César Valença, 2002 Faiança – As faianças da colecção Nogueira da Silva, juntas por uma personalidade de gosto conservador são, por vezes, oriundas de colecções prestigiosas como a do Conde do Ameal que fornecem os magníficos pratos de Aranhões e o par de terrinas de Cifka. (…) O pequeno pote de faiança do próximo Oriente do séc. XVI/XVII, possivelmente Persa, tem uma forte influência Ming não só no desenho, como no «craquelé», o que o torna parente dos nossos Aranhões e, é sem dúvida muito curioso. Os pratos hispano-árabes, que fariam a felicidade de Guerra Junqueiro, ou as faianças azul-e-brancas de Espanha estão também presentes em qualidade e, por vezes, quantidade. (…) O séc. XVIII português deu a esta colecção um par de movimentadas terrinas «rocaille» de uma fábrica do Sul (…). O séc. XIX está magnificamente ilustrado na versão «burguesa» por uma excepcional Talha-fonte, de louça das Caldas, anterior a Bordalo Pinheiro, a lembrar a faiança de B. Palissy. (…) A versão popular do mesmo século é dada pela louça dos “ratinhos”. César Valença, 1988 Escultura – Além das esculturas
de Jorge Barradas, notável escultor e ceramista contemporâneo bem
representado na casa e no jardim, o Museu possui uma importante colecção
de marfins. Para além do inquestionável prazer estético proporcionado,
os marfins recordam-nos a extraordinária capacidade dos povos hispânicos
para a miscigenação cultural de que algumas das presentes imagens são
testemunho, César Valença, 2002. É exemplo disso a placa luso-mogol em
baixo relevo, do séc. XVII, que esteve presente na Europália 91 e na
grande exposição sobre os Descobrimentos portugueses “Encompassig the
Globe” em Washington e Lisboa. |
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