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{desdobrável}

projecto WOMANART
Matéria Impressa. Matéria Nómada

De 15 de janeiro a 5 de março de 2022
Museu Nogueira da Silva (Av. Central 61, Braga)

Entrada gratuita



Galeria da Universidade

Organização Centro de Estudos Humanísticos da Universidade do Minho
Apoio FCT/CEHUM (PTDC/ART-OUT/28051/2017)

http://ceh.ilch.uminho.pt/womanart/

Nota Introdutória

A exposição Matéria Impressa, Matéria Nómada, inaugurada no Museu Nogueira da Silva em Janeiro de 2022, com curadoria de Márcia Oliveira, reúne como o nome indica ‘matéria vária’, livros de artista, postais, documentos visuais de índole diversa, da autoria de artistas portuguesas e brasileiras. Esta mostra, concebida no âmbito do projecto de investigação WOMANART, Mulheres, Artes e Ditadura – os casos de Portugal, Brasil e países africanos de língua portuguesa, financiado pela FCT, Fundação para a Ciência e a Tecnologia, constitui um importante ‘produto final’, uma actividade extra-muros fundamentada no diálogo interartístico, intergeracional e transcontinental – dimensões que constituíram a matriz comum deste projecto, ao longo dos intensos três anos e meio da sua duração. Diálogo é de facto a palavra-chave havida ao longo de todo este processo. Desde logo, diálogo do grupo de investigadoras que construíram este projecto com a História, as suas narrativas, tanto como os seus silêncios e rasuras; diálogo com a literatura, a escrita ficcional e a crítica; diálogo com as representações artísticas visuais, artistas plásticas, realizadoras, filmes, vídeos e documentários produzidos; diálogo também com as artes cénicas e performativas. O largo espectro que este projecto alcançou, a sua perspectiva caleidoscópica focada numa realidade multíplice, teve na sua génese uma série de perguntas e indagações de índole reflexiva e analítica, procurando ‘dar a ver’ e ‘dar a ler’ um período da nossa História recente, indelevelmente marcado pela Ditadura. Procurámos responder a esse desafio, expondo nos relatos narrativos, visuais, fílmicos que analisámos, as marcas, cicatrizes e traumas do interdito, do censurado e do silenciado que essas mesmas práticas artísticas desvelaram. Mas a celebração dos afectos e a teia de emoções e relações de cumplicidade foram também alvo da nossa atenção e reflexão, e constituíram um outro tipo de desafio que nos propusemos enfrentar. As inúmeras entrevistas que realizámos a artistas, escritoras e realizadoras dos países que constituíram o nosso eixo de análise (arquivo vivo no site do projecto WOMANART), são testemunho dessa mesma cumplicidade, da palavra materializada como gesto performativo.
Presentemente, a exposição Matéria Impressa, Matéria Nómada constitui um novo elo nessa cadeia de desafios ‘utópicos’ transnacionais – a busca de uma linguagem visual para dizer um tempo coercivo, para confrontá-lo, re-visitá-lo e oferecer a possibilidade de uma re-visão crítica. A criação como um ‘exercício de liberdade’, mesmo que, mesmo se, ancorada nos mais perecíveis e por vezes domésticos meios tecnológicos e de impressão, sob a forma de postais, cartas, livros de artista. Mas, como a curadora desta exposição sugere, a ‘dimensão colectiva’ desta ‘arte povera’, chamemos-lhe assim, profundamente alicerçada em relações de proximidade afectiva ou electiva, é fundamental, traduzindo a sua condição intrínseca de ‘sobrevivência’. E de luta, acrescentaríamos.

Ana Gabriela Macedo
Dezembro de 2021 .

   

MATÉRIA IMPRESSA. MATÉRIA NÓMADA
NOTAS BIOGRÁFICAS


Ana Hatherly
Ana Hatherly (Porto, 1925- Lisboa, 2015) foi uma destacada poeta, artista visual, ensaísta, cineasta, pintora e escritora portuguesa. É considerada uma das pioneiras da poesia experimental e da performance em Portugal, sendo que um dos traços definidores do seu percurso é a exploração das relações entre palavra e imagem, desenho e escrita.

Ana Vidigal
Pintora portuguesa (Lisboa, 1960) licenciou-se em pintura pela Escola de Belas Artes de Lisboa em 1984, tendo sido bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian entre 1985 e 1987. No seu trabalho, sobrepondo várias técnicas à pintura, como a colagem e a assemblagem, Ana Vidigal resgata elementos de memória(s) pessoais, familiares, políticas e culturais. Daí emergem composições que se revelam poderosos constructos estéticos e críticos em torno de questões como o colonialismo ou a condição da mulher na sociedade, entre tantos outros temas.

Carla Filipe
A obra de Carla Filipe (Aveiro, 1973) é composta a partir da apropriação de objetos e documentos, explorando a relação permeável entre objetos de arte, cultura popular e ativismo. Na sua pesquisa, a artista utiliza materiais e elementos, como bandeiras, cartazes, jornais e artefactos ferroviários.

Irene Buarque

Irene Buarque (São Paulo, Brasil, 1943) formou-se na Faculdade de Artes Plásticas Fundação Armando Álvares Penteado, de São Paulo, Brasil. Foi Bolseira na Fundação Calouste Gulbenkian em 1973/74, altura a partir da qual reside e trabalha em Portugal. Ainda no Brasil, trabalhou como assistente Amélia Toledo e de Maria Bonomi, como cenógrafa e gravadora. Da sua extensa obra, salienta-se a proximidade que desde sempre manteve com a obra gráfica, através da Cooperativa Diferença (Lisboa), da qual foi fundadora e membro da direção. A sua obra está representada em diversas colecções nacionais e internacionais, como a Pinacoteca de São Paulo, o MAM e o MAC-USP, a Fundação Calouste Gulbenkian e a Fundação Helga de Alvear, entre outras.

Lourdes Castro

Lourdes Castro (Funchal, Madeira, 1930) frequentou a Escola Belas Artes de Lisboa entre 1950 e 1956, de onde foi excluída pelos seus primeiros trabalhos de modelo nu. Em 1957 emigrou para Munique com René Bertholo e, no ano seguinte, rumou para a capital francesa com uma bolsa de estudos da Fundação Calouste Gulbenkian, onde permaneceu até regressar a Portugal em 1983. Foi em Paris que Lourdes Castro contactou com uma realidade artística distinta da portuguesa, nomeadamente com o movimento do “Novo Realismo, entre outros. Aí criou, com René Bertholo, a revista KWY, em 1958, cuja última edição foi publicada em 1963. Foi distinguida, em 2000, com o Grande Prémio EDP.

Maria Bonomi

Maria Bonomi (Milão, 1935) é filha de mãe brasileira e pai italiano. Depois de uma infância marcada pela II Guerra Mundial, Bonomi chega ao Brasil em 1945. Estudou no atelier de Lasar Segall e, participando desde cedo nos mais importantes círculos culturais de São Paulo, esteve envolvida em momentos fulcrais, como a criação da Bienal de Arte de São Paulo. O desenho e a gravura são centrais na sua obra, tendo também desenvolvido actividade artística nas áreas da cenografia e da criação de figurinos. A arte pública é também uma dimensão crucial na sua obra, enquadrada nos ideais manifestos de democratização da arte que sempre abraçou.

Marilá Dardot

Marilá Dardot nasceu em Belo Horizonte, Brasil, em 1973. Frequentou o curso de Artes Plásticas na Escola Guignard – UEMG, Belo Horizonte, Brasil (1997 a 1999). A artista faz uso de diversos materiais e meios, desde vídeos, fotografias, livros de artista, colagens, esculturas e acções até instalações em grande escala, em locais específicos. O seu corpo de trabalho toma normalmente a linguagem, os livros e a escrita como contributos formais e conceptuais.

Regina Silveira

Regina Silveira (Porto Alegre, 1939) fez a graduação em Artes Plásticas pelo Instituto de Artes da UFRGS (1959); Mestrado (1980) e Ph.D. (1984) na Escola de Comunicação e Artes da USP - Universidade de São Paulo, Brasil. A artista destaca-se pelo seu trabalho com luzes, sombras e distorções, explorando ideias de realidade. Silveira usou muitos meios de comunicação ao longo da sua carreira, mas tem-se concentrado principalmente em videografia, pintura e gravura (incluindo litografias).

Regina Vater

Regina Vater (Rio de Janeiro, 1943) tem vindo a desenvolver uma obra intermedial entre ilustração, desenho, pintura e fotografia. A Artista é sobretudo conhecida pelas suas instalações inspiradas nas mitologias brasileiras e afro-brasileiras. Na década de 1960, desenhou a primeira capa de disco do movimento Tropicália, movimento artístico brasileiro associado aos músicos brasileiros Caetano Veloso e Gilberto Gil (Tropicália ou Panis et Circensis, de Caetano Veloso, 1968).

Rita Carvalho

Rita Carvalho (Porto, 1978) doutorou-se em Design, com tese sobre representações raciais na ilustração portuguesa do Estado Novo (Universidade de Lisboa, financiada pela Fundação para a Ciência e Tecnologia). Os seus principais tópicos de interesse e investigação incluem narrativas visuais, representações sociais e raciais na Ilustração, iluminura medieval e impressão com tipos móveis. Tem também actividade como ilustradora / artista gráfica, participando, como autora, em diversas publicações e eventos.

Rosângela Rennó

Nascida em Belo Horizonte (1962), Rosangela Rennó vive e trabalha no Rio de Janeiro. Formada em arquitetura pela Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte (1986) e em artes plásticas pela Escola Guignard, Belo Horizonte (1987), é ainda Doutora em Artes pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, São Paulo (1997). O jogo entre memória e esquecimento, bem como a ressignificação da fotografia e das imagens, são questões centrais no trabalho da artista.

Teresinha Soares

Teresinha Soares nasce em Araxá, Minas Gerais (1927), tendo-se destacado sobretudo nas décadas de 1960 e 70 com uma obra vasta em diversas áreas, desde a pintura, a performance e os happenings, até à criação de objectos, passando ainda pela instalação, em sintonia com as novas vanguardas emergentes na segunda metade do século XX. O corpo feminino é o tema central de toda a sua obra, sendo de destacar a dimensão libertária e activista de toda a sua actuação, focando temas como os direitos das mulheres e o seu papel na sociedade, o desejo e a ecologia.
Vera Chaves Barcellos
Vera Chaves Barcellos nasceu em Porto Alegre, RS, Brasil, 1938. Nos anos 1960 dedicou-se à gravura, depois de estudos na Inglaterra e Holanda. Em 1975 aprofundou seu conhecimento em técnicas gráficas e fotografia, com bolsa do British Council, no Croydon College, em Londres. Em 1976 fez parte da representação do Brasil na Bienal de Veneza com o trabalho Testarte. Desde os anos 1970 tem atuado na animação cultural em Porto Alegre, figurando entre os fundadores do Nervo Óptico (1976-1978), do Espaço N.O. (1979-1982) e também da galeria Obra Aberta (1999-2002). Em 2005, instituiu a Fundação dedicada à arte contemporânea com o seu nome e à qual preside desde então.


   
   
   
   

Museu e Jardim
Terça a Sexta: 10:00 - 12:00 – 14:00 - 17:00
Sábado: 14:00 – 17:00

Galerias e Cafetaria
Terça a Sexta: 10:00 - 12:30 – 14:00 - 18:30
Sábado: 14:00 – 18:30

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